Uma tese da humanidade

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ciranda dos amantes


Há muito penso no que cantei.
Nas flores que chorei.
Nas lágrimas que encantei.
E todas as outras birras,
Que fiz em memória de você.



Hoje o café não tem ardor.
As mentiras sem sabor.
As pipas sem amor.
A mesa sem calor.



Agora na via suja espero.
A passagem de um bonde.
Que me leva ao centro da vadiagem.
Tudo isso faço,
Em memória de você.



No banco sujo me sento.
E como se fosse neutro.
Tiro da sacola um violão.
E sem medo do futuro.
Toco dissonâncias.
Como ratos que voam para viver.
Todas essas notas que farei,
Em memória de você.



A fumaça dos autorrodáveis entra em meus pulmões.
Sem me importar as transformo em vibrações.
Pouco se vai e a festa esta formada.
E a ciranda da vida renasce.
Em memória de você.



Mas estas melodias não são eternas.
Elas se findam.
A alegria da voz se vai.
As cordas não vibram mais.
As melodias se apodrecem.

Mas as outras mãos se apaixonam.
Começando uma nova alegria.
E como chuva, aparecem novas harmonias.
Como rios se encontrando na foz.
Todas essas melodias,
Que não são em memória de você.



Por: Renato da Silva Carvalho

3 comentários:

  1. Nossa...não escolhi nenhuma das alternativas --> ENGRAÇADO..INTERESSANTE...LEGAL.. Pq eh simplesmente bem mais q apenas qq uma dessas características acima..muito profundo..porém não deprimente pois se finaliza com um recomeço!!
    Um abraço!
    Lara [Brida]

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  2. Interessante é pouco para classificar este poema que fala profuntamente....continue assim... você vai longe...

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